a pós-moderna tela de Platão
e ele se livrou das correntes, saiu da caverna, viu o mundo, viu as coisas,
viu o todo: a realidade.
mas quando voltou pra contar, a caverna não era mais a mesma –
não tinha mais velas,
não tinha mais sombras...
a caverna tinha apenas uma tela,
um plasma.
ele pasmo,
contou das verdades que viu
e ninguém acreditou.
Relatos Poéticos
Por mares que só eu sei.
domingo, 13 de março de 2016
domingo, 21 de fevereiro de 2016
desviés
meu olhar se refaz no cotidiano
afunila no mundo – tanto menor quanto mais cresce
meu olhar se enobrece de mazelas
a mazela é uma riqueza ao avesso –
da terra que não dá direitos, nascem resistências belas.
é esse meio
o terminal que eu principio.
pra cada breu que testemunha genocídios
há sempre um sol que vem na rima – voz que se alegoria
meu olhar se desenrola num emaranhado social –
portal pra etiologia: se vejo o fato, vejo seu ancestral.
meu poema anseia doar esse portal ao mundo.
meu olhar se refaz no cotidiano
afunila no mundo – tanto menor quanto mais cresce
meu olhar se enobrece de mazelas
a mazela é uma riqueza ao avesso –
da terra que não dá direitos, nascem resistências belas.
é esse meio
o terminal que eu principio.
pra cada breu que testemunha genocídios
há sempre um sol que vem na rima – voz que se alegoria
meu olhar se desenrola num emaranhado social –
portal pra etiologia: se vejo o fato, vejo seu ancestral.
meu poema anseia doar esse portal ao mundo.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
Rio
Naquelas águas mudas me criei calado.
Enramei uma margem com palavras feitas pra ficar -
Jamais sair dali -
Ver só o rio passar.
O rio seguia seu declive,
Eu gostava de embarulhar aquelas águas mudas
Tocando nelas feito um atabaque,
Abrindo sua pele até a outra margem.
Lá eu enramava metragens de palavras feitas pra voar.
A vida caminhava deste contraste
E isso era tudo.
Não havia um mundo de coisas,
Mas todas as coisas do mundo.
Havia o suficiente -
A diferença dava vazão ao rio,
Uma presença apaziguava meu frio.
Naquelas águas mudas me criei calado.
Enramei uma margem com palavras feitas pra ficar -
Jamais sair dali -
Ver só o rio passar.
O rio seguia seu declive,
Eu gostava de embarulhar aquelas águas mudas
Tocando nelas feito um atabaque,
Abrindo sua pele até a outra margem.
Lá eu enramava metragens de palavras feitas pra voar.
A vida caminhava deste contraste
E isso era tudo.
Não havia um mundo de coisas,
Mas todas as coisas do mundo.
Havia o suficiente -
A diferença dava vazão ao rio,
Uma presença apaziguava meu frio.
domingo, 20 de julho de 2014
Deserto
Não tenho pressa.
Eu piso mais firme quando o rio seca.
Não importa o que passa por mim, nem das vistas
onde ponho -
Se contemplo o céu, o sol da Contorno, a Barra do Jardim de Alá...
Eu vejo sempre mais longe quando sonho.
Não importa silêncio, escuto melhor quando não julgo.
Não importa onde paro - sou mar e continente.
Estava aqui, já passei -
Sou transição feito mangue.
Caminho são.
Coração deserto entra mais sangue.
Não tenho pressa.
Eu piso mais firme quando o rio seca.
Não importa o que passa por mim, nem das vistas
onde ponho -
Se contemplo o céu, o sol da Contorno, a Barra do Jardim de Alá...
Eu vejo sempre mais longe quando sonho.
Não importa silêncio, escuto melhor quando não julgo.
Não importa onde paro - sou mar e continente.
Estava aqui, já passei -
Sou transição feito mangue.
Caminho são.
Coração deserto entra mais sangue.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
(des)encontro
aqueles olhos de mel de mim nada souberam -
por eles afaguei meus brios, com olhos vazios.
aqueles olhos de mel a mim nada deram -
olhos fugidios que mais pareciam rios prontos a desaguar.
corredeira abaixo, fui pelas horas
em busca de um tempo,
uma realidade ou dimensão
quiçá...
onde seus olhos fugidios,
encontrassem em meus olhos vazios
um espaço pra morar.
aqueles olhos de mel de mim nada souberam -
por eles afaguei meus brios, com olhos vazios.
aqueles olhos de mel a mim nada deram -
olhos fugidios que mais pareciam rios prontos a desaguar.
corredeira abaixo, fui pelas horas
em busca de um tempo,
uma realidade ou dimensão
quiçá...
onde seus olhos fugidios,
encontrassem em meus olhos vazios
um espaço pra morar.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Cabotagem
Desejo é barco a vela que nosso ato sopra.
Navego perto do cais, folha em branco
no mar de alfabeto.
Letras que vieram na chuva - sonhos em palavras ditas -
formam o oceano.
Ao mar, são pedaços de desejos que flutuam
como oferenda à Yemanjá.
Ou, quiçá, só cinzas de um corpo cremado -
corpo que sonhou em silêncio -
e morreu
com poemas na barriga.
Desejo é barco a vela que nosso ato sopra.
Navego perto do cais, folha em branco
no mar de alfabeto.
Letras que vieram na chuva - sonhos em palavras ditas -
formam o oceano.
Ao mar, são pedaços de desejos que flutuam
como oferenda à Yemanjá.
Ou, quiçá, só cinzas de um corpo cremado -
corpo que sonhou em silêncio -
e morreu
com poemas na barriga.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
O amor e a palavra
Só existe amor em silêncio.
A palavra é só adorno de silêncio,
Camufla o amor.
Esconde o amor por trás de adereços, de fantasias que após os carnavais, são só histórias.
O amor tá por trás dos enfeites...
É puro caule, é orelha sem brinco, tá no rosto catatônico, sem expressão, é poema sem rima, é música que rádio não gosta, amor é um vão escuro, liso, sem pataquada e sem esquadro.
Só existe amor em silêncio;
Palavra é um blush mal usado.
Só existe amor em silêncio.
A palavra é só adorno de silêncio,
Camufla o amor.
Esconde o amor por trás de adereços, de fantasias que após os carnavais, são só histórias.
O amor tá por trás dos enfeites...
É puro caule, é orelha sem brinco, tá no rosto catatônico, sem expressão, é poema sem rima, é música que rádio não gosta, amor é um vão escuro, liso, sem pataquada e sem esquadro.
Só existe amor em silêncio;
Palavra é um blush mal usado.
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