domingo, 2 de janeiro de 2011

Entreato
Eu sei você de cor –
do suor ao glacial, cada detalhe;
do vil ao cada vez maior.

Do signo ao ceticismo sei você -
um mapa claro em cada pormenor.
A palma da sua mão te revela em linhas,
como se eu me vestisse de cigana e enchesse
seus olhos de secura e vendaval.
Eu sei você de cor – da ponta do gozo ao fio do caos.

Sob a chuva fina seu jeito mascavo e
travo,
desfaz-se nas águas.
Enxurrada pro mar de sua tradução – dois pólos num entreato,
átomos opostos que se buscam -
Leio você como quem junta o sul ao ártico.

Eu sei você de cor –
da maçã ao ateu, cada lama;
do brilho ao quanto pior.

Da gargalhada na cama
ao rímel
manchando minha manga.