sábado, 10 de julho de 2010

Captar-te

E quando a vi, uni palavras formando teias -
Lanças de veludo em seus ouvidos,
Anzóis de pescar olhar.

Dei a me debruçar em artes de guerra,
Enlacei zarabatanas em submarinos,
Equipei-me com lasers, afiei caninos,
Lancei pedras em seus vitrais...
Em vão.
Tentei morada em arte circense, pintei nariz de vermelho,
Desci no trapézio e até fiz tua letra no tecido.
Domei leões e elefantes, fui herói do globo da morte e
Acrobata da possibilidade.
Espalhei outdoors pelas ruas, panfletos e flyers...
Em vão, a arte da publicidade.

É que quando te vi, lancei palavras em seu olhar -
Teia onde uni anzóis,
Veludo de pescar ouvidos.

Dei a me debruçar nas artes do silêncio
E calei clichês em mundos vagos - ultima forma de me aparecer,
Seu rosto virado de lado...
Insistente,
não quis ver.