terça-feira, 15 de julho de 2008

Contemplação

Há em ti coisas que só eu vejo.
E não é na beleza,
Não é no que se tange...
O que vejo é intangível e inefável.
Há em ti coisas que só eu vejo.
E não é quando falas,
Não é no que se ouve...
O que vejo não se manifesta, é mudo.

O que vejo em ti é invisível.
Chamarão ciganas, cartomantes, mães-de-santo, lerão bolas de cristal, farão feitiços...
Mas nada descobrirão...
O que vejo em ti não se descobre, não se prevê.

Átomos juntar-se-ão formando gotas
Que darão em mares e oceanos...
Grãos unir-se-ão lentamente
E darão em montanhas com picos inacessíveis...

Mas o que vejo em ti...
Não conhece o tempo,
Não tem inicio, nem meio, nem fim...
E naõ morrerá nunca, porquê nunca nasceu.

O que vejo em ti é tão lindo...
Que vezes me deixo sorrir
Na lembrança do que vi...
Quando estás longe.