Dois Tempos
Te encontrei pela luz do teu cigarro.
Era todo um jeito, como de menina quando olha na janela.
Falava muito, falava demais, mil palavras...
Porém teu corpo q'era prolixo.
Não houve um botão em sua blusa o qual não detalhei.
Ninguém viu.
Eu fiz incansáveis mímicas,
Consideráveis músicas,
Intensas rebeldias...
Dei pra gritar e ainda derrubei uma mesa.
Nada.
Cuspi na cara do garçon, joguei um copo no lustre...
Ninguém me via.
Continuavam dançando bebendo cantando alto!
E ela lá... com todo um jeito de menina quando olha na janela.
O cigarro não saíra do lugar...
A lua inda forrava o baile...
Mas eu já suava o calor do sol.