terça-feira, 15 de julho de 2008

Solar

Ainda se via a réstia do crepúsculo
Sobre o fio de mar escuro.
Roçava a onda, em levantar fugaz,
Dançando jazz, rente ao cais.
Em cara-metade, velava o aqueduto
E, enfim, cabeças pensantes – à luz de vela –
A lua.
O obturador permissível àquela meia-luz,
A cara de Deus surgiu sobre os paralelepípedos,
Resplandecia casebres e berimbaus -
A fotografia presente, achou de mim uma fé
Que nem existia.
A paz, o jazz –
Fugaz.
As ondas recolheram em baixa-mar,
O povo turvo aplaudia,
O fim de um momento de beleza.
Mas, certamente, nada mais bonito que a moça em movimento.